quinta-feira, 7 de julho de 2016

Resumo Correntes Arquivísticas de LOPES, Luiz Carlos. A nova Arquivística na modernização administrativa. 2.ed. rev., 2009. Cap. 3.

A arquivística, segundo Lopes (2009, p. 146) mencionando sobre a conclusão de Rousseau e Ducharme no qual a arquivística constitui uma disciplina que reagrupa o conjunto de operações ligadas aos arquivos, quais sejam suas idades ou naturezas e partindo da premissa da existência de três principais correntes do pensamento arquivístico representados por quase toda a parte do mundo atual: a arquivística tradicional, a records management e a integrada, representadas por autores, geografia e entendimentos diferentes, conforme LOPES (2009, p. 131-165) menciona abaixo:
A arquivística tradicional de geografia europeia (francesa, italiana e espanhola), inaugurada no século XIX com a publicação do primeiro manual, o Manual dos arquivistas Holandeses em 1898, publicado por MULLER, FEITH e FRUIN, tomando por base os postulados do positivismo clássico, foi o primeiro livro a sistematizar a disciplina e a ser difundido em vários países e línguas durante o século XX, nascida e desenvolvida em Montreal, cidade cosmopolita, traz uma visão arquivista com regras e métodos de tratamento dos arquivos definitivos, ligada ao valor secundário (arquivos históricos), a qual, exerce uma hegemonia internacional no plano teórico e prático, presente aqui o senso comum e uma construção contraditória, mantendo os princípios e teorias fundamentais da arquivísticas como um conjunto e recusando, sistematicamente, o papel de uma disciplina independente.  (LOPES, 2009, p. 134).
A arquivística records management de geografia Norte-americana, inaugurada em 1969 por BENEDON com The management of archives, foi identificada pela preocupação centrada nos arquivos ativos e semiativos, na qual tem uma hegemonia prática local no que concerne ao tratamento dos aquivos administrativos, especialmente empresariais, ligada ao valor primário, presente aqui o senso comum e um conjunto de regras práticas, por vezes muito eficazes, mas que não possuem fundamentos científicos rigorosos, abrindo a porta à improvisação.
A arquivística integrada de geografia quebequense (Canadense), mencionada pela primeira vez em textos de 1970, na qual mostrou preocupação com o tratamento do conjunto do ciclo de vida dos documentos e logo mencionada nos livros de Jean-Yves Rosseau e Carol Couture (1982) o primeiro manual de arquivística de Quebec, depois em livros de 1994; 1998 e 1999, e apareceu com toda sua força em 1988 no artigo intitulado L’archivisti a-t-elle trouvé son identite, assinado por couture, Decharme e Rousseau.
Preocupa-se com o ciclo completo de vida dos documentos, na qual consiste em um fenômeno especial e particular, presente aqui o senso mais fragmentário, é a única a propor a transformação da arquivística em uma disciplina científica, está aberta à pesquisa, à redefinição de conceitos e de metodologias, na qual é a única capaz de se autoquestionar se autorrever e possibilitar um completa politica de organização dos arquivos, utilizando a expressão de “arquivística global” como sinonimo de arquivística integrada.
Três livros do autor da referência deste trabalho: (LOPES, 1996; 1997; 1998) foram publicados no Brasil, defendendo explicitamente a arquivística integrada, a primeira foi traduzida pela Associação dos Arquivistas de Buenos Aires - Argentina.
Abaixo o quadro que esclarece a trajetória arquivística ao longo do século XX, os quais formaram e cristalizaram o pensamento arquivístico existente hoje, além daquela época e locais:


Quadro 1 - Principais obras da Arquivística Europeia, Norte-americana e Quebequense.

Fonte: LOPES (2009, p. 136).

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