Os Estados Unidos e o Livre Comércio
Thomas Loren Friedman, nascido em Minneapolis, Minnesota, em 20 de julho de 1953, estudou na Universidade de Minnesota e na Universidade Brandeis. É autor de três livros de sucesso, (De Beirute a Jerusalém, Oriente Médio e O Mundo é Plano), repórter, colunista, jornalista e atualmente editorialista do jornal The New York Times.
Entre os anos de 1979 à 1981, Friedman viveu em Beirute ocasião que o permitiu cobrir a guerra civil. Depois de voltar para os Estados Unidos, tornou-se o correspondente e colunista de Negócios Estrangeiros do Times em 1995, cargo que ocupa até hoje. Elogiado pela crítica e sucesso mundial de vendas.
Entre os anos de 1979 à 1981, Friedman viveu em Beirute ocasião que o permitiu cobrir a guerra civil. Depois de voltar para os Estados Unidos, tornou-se o correspondente e colunista de Negócios Estrangeiros do Times em 1995, cargo que ocupa até hoje. Elogiado pela crítica e sucesso mundial de vendas.
O mundo é plano, esta em sua segunda edição, revisada e atualizada e torna-se uma referência na história das relações internacionais. O autor aborda as grandes mudanças que acontecem no mundo contemporâneo, e de que forma é efetivado a comunicação utilizada pelas tecnologias, influenciando na aceleração da atualidade em nossas vidas.
No capítulo cinco Friedman aborda sobre “Os Estados unidos e o Livre Comércio” (FRIEDMAN, 2007, p. 304-319), argumenta que é possível continuar acreditando no livre-comércio num mundo plano, que os EUA como um todo vão continuar se beneficiando, do contrário, resistir ao livre-comércio, tentar erguer muros, o que apenas provocará outros a fazer o mesmo e emprobecerá a todos, e que uma política de livre-comércio embora necessária não é suficiente por si só, são necessárias estratégias externas: como um sistema de livre-comércio global e estratégias internas: como uma educação mais elevada de cada americano e continuar:
“a gerar profissionais intelectuais capazes de produzir bens com base em ideias que possam ser vendidos em todo planeta quanto de preencher vagas que vão surgir à medida que não só expandirmos a economia global como interligarmos todos os pólos de conhecimento da terra.” (FRIEDMAN, 2007, p. 309).
O autor comenta sobre a expansão dos trabalhos especializados, inovações, produtos e serviços com preços mais acessíveis dos indianos e chineses, nos quais não representam ameaças e sim oportunidades que podem ser baseados na vantagem comparativa do livre-comércio, teoria criada por David Ricardo (1772-1823), economista inglês,
“que estipula que, se cada nação especializar-se na produção dos bens em que tiver alguma vantagem comparativa de custo e negociar com outras nações, cada qual produzindo os itens de sua própria especialidade, o comércio vai gerar um ganho generalizado e todos os envolvidos apresentarão um aumento de receita.” (FRIEDMAN, 2007, P. 304).
Portanto um aumento no número de trabalhadores intelectuais (no qual não há limite de empregos) não acarreta na redução de suas remunerações, pois junto com o aumento de profissionais habilitados, funções e trabalhos especializados vem também o aumento dos desejos da população, no caso de um software ou invenção de um remédio, estes podem ser vendido para toda a população do mercado global ao mesmo tempo.
Todavia, no caso dos trabalhadores braçais (baseado em bens físicos, no qual pode haver limite de empregos), pode até acarretar na redução de remuneração, pois o valor de seu produto não só acompanha a expansão do mercado como pode até cair, no caso de venda de trabalho braçal ou tábuas, ou barras de ferro, o número de compradores é restrito e o número de vendedores bem maior.
Friedman acredita que as coisas que hoje parecem meros desejos são as necessidade de amanhã e estes são infinitos, por tanto, há infinitas indústrias a serem criadas, infinitas empresas a serem fundadas, infinitos trabalhos a serem feitos, campos inteiramente novos de esforços, sendo o único limite, a própria imaginação humana, nos quais haverá fluxo de trabalhos indo do mundo desenvolvido (tarefas mais sofisticadas) para o mundo em desenvolvimento (tarefas menos sofisticadas), tendo cada um sua vantagem comparativa, levando também em consideração o curso da História, que sempre há uma expansão do comércio e das comunicações, da atividade econômica e do padrão de vida. Um exemplo é a evolução que os americanos obtiveram com a industrialização da agricultura, onde cerca de 150 anos atrás, 90% da população trabalhava na plantação da comida e atividades relacionadas e hoje apenas 3% trabalham nestas áreas.
O autor sugere que enquanto todo esse “bolo” vem crescendo, cada país deveria encontrar coisas para se especializar, escolhendo quais os novos e velhos serviços e industrias, em determinadas épocas, além de de serem rápidos e manter em crescimento a educação e as capacidades de sua força no trabalho, pois, só assim podem definir sua vantagem comparativa e manter seu padrão de vida, não se preocupando com a as demissões em massa e sim valorizando as contratações de grupos por empresas pequenas e médias, pois quando há terceirizações de trabalhos, há também ampliação de outras oportunidades, competências e investimentos em práticas que permitirão cada um e a cidade apropriar-se da sua própria fatia desse “bolo” tão maior e mais complexo.
No capítulo seis Friedman aborda sobre “A Formação que Acerta” (FRIEDMAN, 2007, p. 323-347), comenta sobre a preocupação de pessoas dos Estados Unidos com questões de educação e competição, anseios de que não vão se aposentar tão bem como seus pais, e seus filhos provavelmente não vão ficar tão bem quanto eles ficarão, pelo fato das mudanças rápidas e ofertas de serviços cada vez mais especializados pelo menor preço, trata sobre qual é o tipo certo de ensino para preparar os jovens para os novos empregos, no qual os EUA e outras nações ricas terão que transformar seus sistemas educacionais para produzir trabalhadores para empregos que de fato vão existir nessas sociedades, um bom começo é com mais ensino, melhor modo de ensino, com a união de interesses de cada um, dos quais resultam em seres mais sociais e com percepções de muitos campos diferentes.
Um exemplo de mudança de currículo da Universidade Georgia Tech, na área de ciência da computação, são as correntes criadas, nas quais é preciso escolher para se formar: Computação e Inteligência; Computação e Materialização; Computação e trabalho na Internet; Computação e Plataformas; Computação e informação; Computação e pessoas; Computação e mídia; Computação e Modelagem e Fundamentos da computação.
Friedman fazendo algumas perguntas a empregadores e educadores, aprendeu alguns tipos de qualidades e atitudes que são importantes para todos que buscam um caminho ao novo centro, dos quais destaca quatro tipos.
O primeiro “aprender como aprender”, é capacidade de “absorver constantemente, e ensinar a si próprio, maneiras novas de fazer coisas velhas ou maneiras novas de fazer coisas novas” (FRIEDMAN, 2007, p. 324), amar, gostar de aprender, ter entusiasmo com o aprendizado e ser motivado, são qualidades muito importantes para o sucesso no mundo plano.
O segundo tema, além do QI (quociente de inteligência) são importantes o QC (quociente de curiosidade) e QP (quociente de paixão), com estas qualidades se tem uma grande vantagem em qualquer atividade a desempenhar, pois, “no mundo plano há mais instrumentos para levar você e sua curiosidade muito mais longe e muito mais fundo”. (FRIEDMAN, 2007, p. 324), além das oportunidades de educação ilimitada e praticamente tudo que se precisa saber estar disponível na internet.
Em terceiro lugar, ter boas habilidades inter-relacionais, gostar de pessoas, ser bom em lidar ou interagir com pessoas sempre foi importante, porém é mais importante ainda no mundo plano, essas habilidades e interações não podem ser terceirizadas ou automatizadas, por isso são tão valiosas quanto as habilidades do computador.
O quarto tema é “O material do Lado Direito Do Cérebro” (FRIEDMAN, 2007, p. 329-332), levando em consideração que os cientistas classificam os cérebros em duas regiões, hemisfério direito e esquerdo, este último trata de talentos lineares, lógicos e analíticos, das habilidades na escola, no trabalho, nos negócios, execução de transações, resolução de de problemas e trabalhos de rotina, capacidades que hoje, ainda são necessárias, mas não suficientes, pois máquinas e tecnologias já substituem estes trabalhos.
O lado direito do cérebro, que não pode ser terceirizado ou automatizado, trata de habilidades como vocação, empatia, motivação, com criação de relacionamentos, em lidar com novos desafios, de uma visão global, de “alto conceito” (capacidade de criar beleza artísticas, emocional, entre outros), e “alto contato” (capacidade de se identificar com o outro). Para alimentar essas habilidades deve-se fazer algo que gosta de fazer, pois só assim as pessoas se tornam criadoras e empáticas.
Por fim o autor afirma que os EUA tem tudo o que é preciso para produzir os empregos e educar os tipos de pessoas que terão sucesso num mundo plano, com uma lista de qualidades para o mesmo: tem “uma economia de mercado livre relativamente flexível e desregulada, com muita experimentação e competição entre estados e universidades - como a Georgia Tech. [...]” (FRIEDMAN, 2007, p. 339).
O autor faz uso de inúmeras metáforas para compreensão de suas ideias de planificação, além de provocativas a sujeitos que ainda não despertaram para as grandes transformações que ocorreram no mundo contemporâneo globalizado das últimas décadas e na conscientização de que deve-se inovar sempre.
Na profissão de arquivistas há que se refletir quando o autor fala na globalização, na importância de uma dedicação na prestação de serviços, da terceirização, de um nível de educação mais elevado, entre outros, pode-se dizer que as competências envolvidas neste mundo globalizado são rapidez e exatidão e que empresas e indivíduos devem estar preparados para absorver as novas ferramentas tecnológicas e ter consciência que nem tudo já foi inventado.
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